Substância é tóxica, pode levar à morte, e é usado para produzir veneno.

Três pessoas morreram e duas estão hospitalizadas após ingerirem um bolo em Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Análises iniciais realizadas pelo Hospital Nossa Senhora dos Navegantes detectaram arsênio no sangue de uma das vítimas e dos dois sobreviventes, uma substância altamente tóxica que pode ser fatal.As vítimas fatais foram identificadas como Neuza Denize Silva dos Anjos, Tatiana Denize Silva dos Anjos e Maida Berenice Flores da Silva. A mulher que preparou o bolo e um menino de 10 anos seguem internados, mas estão "clinicamente estáveis", de acordo com o boletim médico divulgado nesta sexta-feira (27). Os nomes dessas pessoas não foram revelados.O incidente ocorreu quando sete membros da mesma família se reuniram em uma casa para um café da tarde, momento em que começaram a passar mal. Apenas uma pessoa da reunião não consumiu o bolo. As pessoas que ingeriram o bolo eram três irmãs, além do marido de uma delas, e da filha e neto de outra. O marido da terceira irmã não comeu o bolo.

Vítimas

Maida Berenice Flores da Silva (58 anos) foi a primeira vítima a morrer, entre a noite de segunda-feira (23) e a madrugada de terça-feira (24). Ela faleceu no Hospital Nossa Senhora dos Navegantes de Torres, vítima de parada cardiorrespiratória. Maida foi sepultada em Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre, na tarde de quarta-feira (25). Neuza Denize Silva dos Anjos (65 anos), terceira vítima fatal, também faleceu após ser internada no hospital. Sua morte ocorreu na noite de terça-feira (24), e a causa foi atribuída a "choque pós intoxicação alimentar". Ela foi sepultada em Canoas na quinta-feira (26). Tatiana Denize Silva dos Anjos (43 anos), filha de Neuza e mãe do menino de 10 anos internado, também morreu em consequência de parada cardiorrespiratória, entre a noite de segunda e a madrugada de terça-feira (23). Ela foi sepultada em Canoas na tarde de quarta-feira (25).

Hospitalizados

A mulher que fez o bolo (identificada como "irmã 1") segue internada, mas seu estado de saúde é considerado "clinicamente estável". Ela foi a única pessoa a consumir duas fatias do bolo, e os exames laboratoriais indicaram a presença de arsênio no sangue dela. A maior concentração do veneno foi encontrada nela. O menino de 10 anos, filho de Tatiana e neto de Neuza, também está internado e "clinicamente estável". Ele também teve arsênio detectado em seu sangue.

Investigação

A Polícia Civil está investigando o caso e apura as causas da intoxicação ou possível envenenamento. Os corpos das três vítimas foram encaminhados para necropsia no Instituto-Geral de Perícias (IGP) e os resultados devem ser divulgados na próxima semana. A polícia também solicitou a exumação do corpo do ex-marido da mulher que fez o bolo, que morreu em setembro por intoxicação alimentar. Essa morte não foi investigada na época, mas agora faz parte da apuração.O arsênio é uma substância tóxica que pode ser fatal em concentrações elevadas. Sua presença no sangue das vítimas e sobreviventes levanta suspeitas sobre o uso intencional da substância, uma vez que o arsênio é difícil de ser detectado devido à sua falta de cheiro ou sabor. A investigação continua.