Papéis subiam 4% e 6%, respectivamente, no início da tarde desta quinta-feira. Grupo controlador da Gol informou que assinou um memorando de entendimento com a Azul para unir negócios no Brasil. Negociação está em fase inicial.
Azul e Gol disparam na bolsa após anúncio de possível fusão; acordo criaria líder no mercado aéreo brasileiro
As ações das companhias aéreas Azul e Gol registraram forte valorização nesta quinta-feira (16), após a divulgação de um possível acordo de fusão entre as duas empresas. Os papéis da Azul subiam mais de 4%, enquanto as ações da Gol avançavam cerca de 6% no pregão. A Gol, listada na B3 sob "Outras Condições" devido ao seu processo de reestruturação nos Estados Unidos, é controlada pelo grupo Abra, que também administra a Avianca. O grupo assinou um memorando de entendimento com a Azul para iniciar negociações sobre a união de suas operações no Brasil. Se concretizado, o acordo criaria a maior companhia aérea do país, detendo 60% do mercado doméstico, à frente da Latam, que possui cerca de 40%, de acordo com dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ambas as empresas devem manter suas marcas e certificados operacionais de forma independente, segundo comunicado divulgado pela Gol.
Declarações oficiais
Em nota a investidores, a Azul destacou os benefícios da possível fusão."As melhorias nas ofertas aos clientes e as eficiências geradas por esta operação permitirão que a entidade resultante continue crescendo e desenvolvendo a aviação no Brasil, com uma malha que atende o maior número de destinos, apoiada por uma frota flexível e com foco na excelência do atendimento." A Gol, por sua vez, informou que o memorando de entendimento representa apenas o início de negociações para "explorar a viabilidade de uma possível transação." A consumação do acordo está condicionada à finalização do plano de reorganização da Gol no âmbito do Chapter 11, além de outras aprovações regulatórias.
Dificuldades financeiras e reestruturação
As duas companhias aéreas enfrentam desafios financeiros desde a pandemia de Covid-19, que impactou severamente o setor. A Azul fechou acordos em 2023 para eliminar dívidas e reforçar seu caixa. Já a Gol recorreu ao Chapter 11 da Lei de Falências dos Estados Unidos, um processo similar à recuperação judicial no Brasil. Segundo a Gol, o objetivo do Chapter 11 é reorganizar suas obrigações financeiras e fortalecer sua estrutura de capital para garantir sustentabilidade a longo prazo. Na época do pedido, suas dívidas eram estimadas em R$ 20 bilhões. Caso a fusão avance, a nova entidade será um marco no setor de aviação no Brasil, ampliando a conectividade e consolidando a posição das empresas no mercado doméstico.