Ao todo, nove pessoas da mesma família passaram mal após comerem peixes doados e um arroz feito e requentado por eles. Duas morreram, três receberam alta e quatro continuam internadas. Polícia ouve parentes e testemunhas e aguarda perícia.
Família de Parnaíba sofre com suspeita de envenenamento; dois mortos e sete hospitalizados
Uma tragédia abala Parnaíba, no litoral do Piauí. Um bebê de 1 ano e 8 meses e um jovem de 18 anos morreram com suspeita de envenenamento, enquanto outros sete familiares passaram mal após consumirem alimentos na virada do ano. A suspeita recai sobre o consumo de peixes manjuba, doados por um casal, e arroz requentado preparado pela família. Os alimentos foram consumidos no dia 1º de janeiro. As vítimas apresentaram sintomas como sudorese, frequência cardíaca baixa, temperatura elevada, cólicas, diarreia, falta de ar e tremores, sinais típicos de intoxicação por veneno, segundo médicos e peritos.
As vítimas
Ao todo, nove pessoas da mesma família foram afetadas: Manoel Leandro da Silva, 18 anos (enteado de Francisco de Assis, faleceu); Igno Davi da Silva, 1 ano e 8 meses (filho de Francisca Maria, faleceu); Francisca Maria da Silva, 32 anos (mãe de Igno Davi e irmã de Manoel, internada em estado grave); Francisco de Assis Pereira da Costa, 53 anos (padrasto de Manoel, já recebeu alta); - Três crianças (duas meninas e um menino, duas delas ainda hospitalizadas); - Uma adolescente (irmã de Manoel, recebeu alta); - Uma mulher adulta (já liberada do hospital).
O que eles comeram
Os familiares consumiram peixe manjuba, doado por um casal, e arroz preparado para a ceia de Réveillon, mas requentado no dia 1º de janeiro. Curiosamente, outros membros da família que comeram o arroz na noite de 31 de dezembro não passaram mal.
A investigação
A Polícia Civil já ouviu dez pessoas, incluindo o casal que fez a doação. Segundo o delegado Abimael Silva, o casal realiza doações filantrópicas todos os anos e forneceu cerca de 30 kg de peixe para diversas famílias no bairro. Apenas a família afetada relatou sintomas após o consumo. Os alimentos foram recolhidos para análise toxicológica no Instituto Médico Legal (IML). Exames realizados em amostras coletadas das vítimas mortas e internadas vão determinar a causa exata do envenenamento e as substâncias envolvidas.
Um histórico preocupante
Francisca Maria, mãe do bebê falecido, já enfrentou outra tragédia familiar em 2024, quando dois de seus filhos, Ulisses Gabriel (8 anos) e João Miguel (7 anos), morreram após comerem cajus envenenados com terbufós, um inseticida. A suspeita, Lucélia Maria da Conceição Silva, está presa preventivamente. Apesar das semelhanças, ainda não há confirmação de relação entre os casos. A investigação segue para esclarecer as circunstâncias do envenenamento desta vez.
Estado de saúde das vítimas
▪️Falecidos: Manoel Leandro morreu na ambulância no dia 1º, enquanto Igno Davi faleceu no hospital no dia 2.
▪️Internados: Duas crianças foram transferidas para o Hospital de Urgência de Teresina (HUT). Francisca Maria permanece no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde (Heda), em estado grave.
▪️Altas: Francisco de Assis, uma criança de 11 anos, uma adolescente e uma mulher adulta já foram liberados. O laudo toxicológico, esperado em até dez dias, será essencial para definir os próximos passos da investigação.