Dificuldades de locomoção até Brasília e período de recesso de janeiro estão entre motivos

PT enfrenta desafios para mobilizar militância em ato de 8 de janeiro, "Abraço à Democracia"

Integrantes do PT demonstram preocupação com a possibilidade de esvaziamento do ato "Abraço à Democracia", marcado para 8 de janeiro em Brasília. Entre os fatores apontados estão as dificuldades logísticas para a militância se deslocar até a capital federal durante o recesso de janeiro. Para evitar um público reduzido, o partido tem intensificado esforços, como a solicitação de confirmações antecipadas de presença e contatos diretos com movimentos sociais. Organizações ligadas ao PT, como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), já confirmaram participação. Apesar disso, há insatisfação por parte de movimentos sociais, que relatam falta de informações sobre o evento e criticam a ausência de uma articulação mais consistente por parte do governo. Essa lacuna no diálogo também tem sido apontada como um obstáculo para garantir a presença massiva da militância em Brasília. O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por exemplo, já expressou publicamente críticas à gestão atual, refletindo dificuldades mais amplas de interlocução entre o governo e movimentos sociais. Além disso, lideranças políticas e de movimentos reconhecem que as bases em Brasília historicamente não têm tradição de mobilizações significativas, o que agrava a situação. Com uma expectativa inicial de público em torno de 1,6 mil pessoas, a possibilidade de um ato esvaziado gerou descontentamento no presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente chegou a repreender publicamente o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Márcio Macedo (PT), cobrando maior organização e articulação para o evento.

A mobilização do "Abraço à Democracia" busca reforçar o compromisso com a defesa das instituições democráticas, mas os desafios logísticos e políticos colocam em xeque a capacidade de engajamento das bases neste momento.