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Boca de urna na Alemanha aponta vitória do conservador CDU e crescimento recorde da extrema direita

Friedrich Merz, do CDU, precisará fazer alianças para formar governo, o que pode levar meses. AfD deu à extrema direita melhor desempenho desde a 2ª Guerra Mundial. Premiê Olaf Scholz reconheceu derrota.

A Alemanha encerrou, na tarde deste domingo (23), a votação para a escolha de um novo governo. Pesquisas de boca de urna indicam a vitória do CDU, partido conservador, seguido pelo AfD, sigla da extrema direita, que registrou o maior crescimento no pleito. Caso os resultados se confirmem, o número de votos obtidos pela extrema direita será o maior da história da Alemanha desde a Segunda Guerra Mundial. A boca de urna, realizada após a eleição antecipada devido ao colapso do governo de coalizão (mais detalhes abaixo), reflete as projeções das pesquisas de intenção de voto: Friedrich Merz, do partido conservador União Democrática Cristã (CDU), de oposição ao governo atual, obteve 29% dos votos. O partido de extrema direita AfD ficou em segundo lugar, com cerca de 19% dos votos. O Partido Social-Democrata (SPD), do atual chanceler Olaf Scholz, terminou na terceira posição, com 16%. O Partido Verde obteve 13,5% dos votos, ocupando o quarto lugar. O bloco de siglas da esquerda alcançou 8,6% dos votos, ficando na quinta posição. A participação eleitoral foi de 83%, um índice considerado alto para os padrões alemães. No total, 61 milhões de pessoas estavam aptas a votar no país, onde o voto não é obrigatório. Apesar da vitória do CDU, Friedrich Merz não se torna automaticamente o novo chefe de governo. O modelo parlamentarista alemão exige que o partido vencedor obtenha um número suficiente de assentos no Parlamento para formar governo, o que pode demandar alianças com outras siglas. Os 29% dos votos do CDU não garantem essa maioria, o que torna necessárias negociações com outros partidos para a formação de um governo. Esse processo pode levar meses e, caso um acordo não seja alcançado, novas eleições poderão ser convocadas. Merz já declarou que não pretende formar aliança com o AfD, embora algumas declarações suas durante a campanha, especialmente sobre imigração, tenham levantado suspeitas sobre uma possível mudança de posição. Após a divulgação da boca de urna, Merz afirmou que deseja formar um governo "o quanto antes" e declarou que "a Alemanha está presente na Europa novamente". Olaf Scholz, por sua vez, reconheceu a derrota do SPD em um discurso após o fechamento das urnas. A contagem dos votos deve ser finalizada até o fim da noite no horário local. A crise que levou à eleição antecipada começou em novembro do ano passado, quando o chanceler Olaf Scholz demitiu seu ministro das Finanças, membro do partido liberal. Em resposta, os demais ministros liberais renunciaram, deixando o governo sem maioria no Parlamento, o que tornou sua continuidade inviável. Scholz foi submetido a uma moção de censura e reprovado pelo Parlamento. Diante disso, o presidente da Alemanha convocou novas eleições. Este foi um evento raro na política alemã: foi apenas a quarta eleição antecipada nos 75 anos da República Federal da Alemanha. O pleito ocorre em um momento delicado para a maior economia da União Europeia, com tensões elevadas em relação à Rússia devido à guerra na Ucrânia. Além disso, o resultado pode impactar o futuro do bloco europeu e sua resposta a recentes declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre tarifas e apoio à Ucrânia.

Como funcionam as eleições na Alemanha?

Os eleitores alemães preenchem duas cédulas:

1. Erststimme (primeiro voto): Escolhem um candidato do distrito onde moram para o cargo de deputado.

2. Zweitstimme (segundo voto): Votam em um dos partidos concorrentes às eleições.

Não há obrigatoriedade de votar no mesmo partido nas duas cédulas. Assim, um eleitor pode escolher um candidato de uma legenda no primeiro voto e apoiar outro partido no segundo. O Bundestag (Parlamento alemão) tem 630 cadeiras, das quais 299 são ocupadas por deputados eleitos diretamente em seus distritos. As 331 restantes são distribuídas proporcionalmente ao número de votos que cada partido recebeu. Os partidos preenchem essas cadeiras com base em listas estaduais previamente registradas. Normalmente, a lista é liderada pelo principal nome do partido, que costuma ser o candidato a chanceler. Após a formação do Parlamento, cada partido pode indicar um nome para a chefia do governo. O presidente da Alemanha então escolhe um dos candidatos, que precisa ser aprovado em uma votação secreta no Bundestag. Se eleito, o novo chanceler inicia a formação do governo.O crescimento da extrema direita, representada pelo AfD, pode dificultar a construção de uma coalizão governamental e ameaçar a estabilidade política do país. Nos últimos anos, todos os partidos do Bundestag se recusaram a formar alianças com o AfD, que é investigado por extremismo e acusado de abrigar movimentos neonazistas. Diante desse cenário, o futuro político da Alemanha permanece incerto, e as negociações entre os partidos serão fundamentais para definir os rumos do próximo governo.

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