Com produção recorde de 3,7 milhões de toneladas, país ultrapassa Estados Unidos no mercado internacional
O Brasil tornou-se o maior exportador mundial de algodão em pluma em 2024, ultrapassando os Estados Unidos, que lideravam esse mercado desde a safra 1993/1994.
Esse avanço reflete a expansão contínua da produção brasileira, enquanto a safra norte-americana apresentou redução, conforme apontam dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). O crescimento da participação brasileira no comércio global deve-se à combinação de alta rentabilidade, avanços tecnológicos e qualidade superior da fibra nacional. O aumento dos excedentes de produção, mesmo com um consumo interno relativamente estável, destaca a importância das exportações para a sustentação dos preços. O Indicador Cepea/Esalq registrou oscilações entre R$ 3,80 e R$ 4,36 por libra-peso em 2024, com pagamentos em até oito dias. No entanto, os valores médios corrigidos pela inflação permaneceram, em grande parte, abaixo dos níveis observados em 2023.As cotações apresentaram variações ao longo do ano. No primeiro trimestre, os preços subiram impulsionados pelo cenário internacional. Entre abril e junho, a desvalorização externa e a venda dos estoques da safra 2022/2023 pressionaram as cotações para baixo. A entrada da nova safra em julho não impactou significativamente os preços, pois os produtores priorizaram contratos previamente firmados, reduzindo a oferta no mercado à vista. No último trimestre, as cotações se estabilizaram e, em dezembro, a valorização do dólar favoreceu a paridade de exportação, sustentando os preços domésticos. A safra 2023/2024 estabeleceu dois recordes históricos: a área cultivada alcançou 1,944 milhão de hectares, a maior desde 1991/1992, e a produção atingiu 3,7 milhões de toneladas, um aumento de 16,64% em relação à safra anterior. A liderança brasileira no mercado internacional de algodão consolida uma tendência que vem se fortalecendo na última década. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), investimentos em pesquisa e desenvolvimento, especialmente no melhoramento genético e na adaptação das variedades ao cerrado, foram essenciais para elevar a produtividade e a qualidade da fibra nacional.