Presidente do PT vai substituir Alexandre Padilha na Secretaria de Relações Institucionais. Padilha assumirá o Ministério da Saúde no lugar de Nísia, que deixará o governo.
Lula convida Gleisi Hoffmann para comandar a articulação política do governo
O Palácio do Planalto anunciou nesta sexta-feira (28) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) para assumir a Secretaria de Relações Institucionais (SRI) da Presidência da República, pasta responsável pela articulação política do governo. A posse está marcada para 10 de março. Atual presidente do PT, Gleisi substituirá Alexandre Padilha, que assumirá o Ministério da Saúde no lugar de Nísia Trindade. Inicialmente, a parlamentar foi cogitada para a Secretaria-Geral da Presidência, mas Lula optou por indicá-la para a SRI. Apesar de aliados sugerirem um nome do Centrão para a função, o presidente manteve a articulação política sob comando do PT. Em uma rede social, Lula justificou a escolha e destacou o papel de Gleisi no governo: “A companheira e deputada federal Gleisi Hoffmann vai integrar o governo federal. Vem para somar na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, na interlocução do Executivo com o Legislativo e demais entes federados. O Alexandre Padilha assumirá o Ministério da Saúde. Bem-vinda e bom trabalho.” Gleisi afirmou que recebe o convite com "imensa responsabilidade" e ressaltou sua experiência em articulação política. “Seguirei dialogando democraticamente com partidos, governantes e lideranças políticas, como fiz nas posições que ocupei no Senado Federal, na Câmara dos Deputados, na Casa Civil, na Diretoria de Itaipu e, atualmente, na presidência do PT”, declarou. Alexandre Padilha, que esteve à frente da SRI desde janeiro de 2023, desejou sucesso à nova ministra. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), também manifestaram apoio à nomeação.
Trajetória de Gleisi Hoffmann
Presidente do PT desde 2017, Gleisi conduziu o partido durante momentos desafiadores, como a Operação Lava Jato, o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula. Deputada federal pelo Paraná, teve papel estratégico na campanha de 2022 e foi uma das principais conselheiras do presidente nos últimos anos. Antes de liderar o partido, foi senadora entre 2011 e 2018, período em que se licenciou para ocupar a chefia da Casa Civil no primeiro mandato de Dilma. Sua trajetória política começou no movimento estudantil no Paraná. Formada em Direito, já atuou como secretária estadual em Mato Grosso do Sul, secretária de Gestão Pública em Londrina e diretora financeira da Itaipu Binacional. Com a nomeação de Gleisi, Lula fortalece a presença de um nome mais à esquerda no governo e mantém a articulação política sob influência do PT. Paralelamente, o partido se prepara para uma nova eleição interna, que definirá sua próxima liderança.