Vice e ministro da Fazenda são cogitados para enfrentar Tarcísio e a direita paulista, mas resistem à ideia; PSB vê risco de “sacrifício político”
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), são os nomes mais cotados dentro do governo Lula para disputar as eleições em São Paulo em 2026. A ideia é que Alckmin concorra ao governo do estado, enquanto Haddad entre na corrida por uma vaga no Senado. Apesar disso, ambos resistem à possibilidade e, segundo o jornal O Globo, ainda não demonstraram disposição para encarar a disputa.
No entorno de Lula, há a avaliação de que apenas Alckmin teria condições reais de enfrentar o atual governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), caso ele tente a reeleição. Mesmo sem favoritismo, petistas acreditam que o vice-presidente poderia repetir um desempenho semelhante ao de Haddad em 2022, quando foi ao segundo turno contra Tarcísio. Alckmin já governou São Paulo por três mandatos e assumiu o Palácio dos Bandeirantes pela primeira vez em 2001, após a morte de Mário Covas.
Sem Alckmin na disputa, líderes petistas temem uma vitória avassaladora de Tarcísio no primeiro turno, com mais de 70% dos votos. Além disso, a candidatura do vice abriria espaço para reorganizar a chapa de Lula à reeleição. A vaga de vice é considerada estratégica, especialmente para atrair o MDB. O governador do Pará, Helder Barbalho, aparece como principal nome para compor a chapa presidencial e tem apoio dentro do PT.
Apesar do plano, Alckmin tem afirmado a aliados que está confortável em sua posição atual e que não houve nenhuma conversa sobre candidatura ao governo paulista. No PSB, o movimento também é visto com reservas. Dirigentes da sigla consideram que o PT estaria tentando empurrar Alckmin para uma disputa arriscada, enquanto se concentra na manutenção de sua bancada de deputados federais no estado.
PT e PSB, no entanto, compartilham da mesma preocupação com a eleição para o Senado. Ambas as siglas avaliam que uma das vagas ficará com a direita, e que será preciso lançar um nome competitivo para evitar perder a outra. Entre os possíveis candidatos do campo bolsonarista estão o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e o secretário estadual de Segurança Pública, Guilherme Derrite, que deve migrar do PL para o PP.
Fernando Haddad é visto dentro do PT como um nome com forte potencial para conquistar uma vaga no Senado. Uma ala do partido acredita que ele aceitaria disputar, caso fosse um pedido direto de Lula. Apesar disso, o próprio ministro tem reiterado a aliados que não tem intenção de concorrer a nenhum cargo eletivo em 2026.