Com discursos de Boulos e Lindbergh, manifestação reuniu cerca de 6,5 mil pessoas em São Paulo; protesto seguiu até antigo centro de repressão da ditadura militar

Ato convocado por movimentos de esquerda neste domingo (30) contra o projeto de anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023 reuniu cerca de 6.500 pessoas em São Paulo, segundo levantamento do Cebrap em parceria com a ONG More in Common. A Polícia Civil estimou um público de aproximadamente 5 mil. A adesão ficou abaixo da registrada em manifestações anteriores, como a de apoiadores de Jair Bolsonaro em Copacabana, que reuniu 30 mil pessoas, de acordo com o Datafolha.

Organizado por entidades como a Central de Movimentos Populares (CMP), Brasil Popular, Povo Sem Medo, além de sindicatos como a CUT e a Apeoesp, o ato contou com a participação de partidos como PT, PSOL, PCdoB e UP. Os manifestantes se concentraram na Praça Oswaldo Cruz, no início da Avenida Paulista, e marcharam até o 36º Distrito Policial, no Paraíso, onde funcionava o antigo DOI-Codi, centro de repressão da ditadura militar.

Os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL-SP) e Lindbergh Farias (PT-RJ) discursaram em cima de um carro de som. Boulos afirmou que o ato em São Paulo teve mais participantes do que a manifestação bolsonarista no Rio de Janeiro e puxou o coro “sem anistia”. Também estiveram presentes a deputada federal Juliana Cardoso (PT-SP), a presidente do PSOL, Paula Coradi, e a vereadora Amanda Paschoal (PSOL).

O protesto ocorre dias após o Supremo Tribunal Federal tornar réus Bolsonaro e mais sete aliados por suspeita de envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado. Eles foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República por crimes como tentativa de golpe, abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa. A oposição, por sua vez, articula a votação do projeto de anistia para os envolvidos nos atos golpistas, prevista para a primeira quinzena de abril.