Michelle diz não acreditar que atentado contra Bolsonaro foi ato de lobo solitário.
Michelle Bolsonaro sugere envolvimento de "gente grande" no atentado contra Jair Bolsonaro
Durante uma entrevista ao jornalista Alexandre Garcia na última sexta-feira (7), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) afirmou acreditar que o atentado a faca contra seu marido, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2018, teve o envolvimento de pessoas influentes. Para ela, Adélio Bispo de Oliveira, autor do ataque, não agiu sozinho. “Ele não é um lobo solitário, tem muita gente grande por trás, mas como uma filha de Deus, temente a Deus, eu creio na justiça celestial. Nessa terra, não tem como você plantar limão e colher um moranguinho doce. A gente tem a lei da colheita”, declarou Michelle, reforçando a tese defendida por aliados de Bolsonaro sobre a existência de um mandante no crime.
O dia do atentado
O ex-presidente foi esfaqueado em 6 de setembro de 2018, durante um ato de campanha em Juiz de Fora (MG). Na entrevista, Michelle relatou como recebeu a notícia do ataque. Ela estava no Rio de Janeiro quando um funcionário inicialmente informou que se tratava de um corte superficial. No entanto, pouco depois, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, entrou em contato para alertá-la sobre a gravidade do ocorrido. “No meu interior, estava tudo bem. Até então, eu não tinha a noção da real gravidade (...) Eu não imaginava que iria encontrar o meu marido daquela forma”, relembrou. Horas depois, ao chegar ao hospital em Minas Gerais, Michelle se deparou com Bolsonaro em estado crítico. “Ele estava irreconhecível, com uma cor estranha, porque perdeu quase dois litros de sangue em uma hemorragia interna. Ele olhou para mim com muita dificuldade para falar e disse: ‘Mi, olha o que fizeram comigo’, e a lágrima escorreu. Passei a mão na cabeça dele, dei um beijo na testa e olhei para o teto do hospital, fazendo uma oração”, contou.
Fé e superação
Segundo Michelle, os médicos foram claros ao dizer que haviam feito tudo o que podiam e que, naquele momento, a recuperação de Bolsonaro dependia de Deus. “Eu falei para Deus: se for para a morte, glória a Deus; se for para a vida, louvado seja o teu nome. Naquele momento, recebi uma anestesia, foi algo sobrenatural. Eu tive uma força que não esperava”, disse ao lembrar que passou os 20 dias seguintes dentro do hospital acompanhando a recuperação do marido. Além do atentado, a entrevista abordou aspectos pessoais da vida da ex-primeira-dama e sua convivência com Bolsonaro antes e durante seu mandato presidencial. No entanto, Alexandre Garcia e Michelle não comentaram a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) no inquérito que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado em 2022.