Nova atualização do gerador de imagens da OpenAI impede criações que imitam o estilo de artistas vivos, incluindo o icônico Studio Ghibli.
Imagens encantadoras de gatos, cenas familiares e memes reimaginados no estilo dos filmes do Studio Ghibli dominaram as redes sociais nos últimos dias. A febre começou com a atualização do gerador de imagens da OpenAI, o GPT-4o, que agora permite criar ilustrações a partir de descrições em texto. Lançada na terça-feira, dia 25, a novidade empolgou os usuários, que passaram a gerar imagens inspiradas na estética do icônico estúdio japonês.
Porém, a empolgação durou pouco. Já no dia seguinte, muitos começaram a se deparar com mensagens de bloqueio ao tentar usar o estilo do Ghibli. A OpenAI explicou que o sistema passou a barrar solicitações que reproduzam o estilo de artistas ainda vivos. A medida, segundo a empresa, é parte de uma abordagem conservadora para evitar possíveis violações de direitos autorais. Ainda assim, continua permitido criar imagens inspiradas em estilos mais genéricos, como os de movimentos artísticos ou estúdios como um todo.
A restrição afeta diretamente quem buscava replicar o estilo visual do Studio Ghibli, famoso por cenários naturais ricamente detalhados, personagens com expressões marcantes e um traço que remete ao desenho feito à mão. Fundado por Hayao Miyazaki, considerado um dos maiores nomes da animação mundial, o estúdio tem uma identidade visual inconfundível. Miyazaki, além disso, é um crítico declarado da inteligência artificial. Em 2016, ao assistir a uma animação gerada por IA, ele afirmou: “Sinto fortemente que isso é um insulto à própria vida”.
Esse bloqueio reacende uma discussão constante sobre os limites entre criatividade, tecnologia e direitos autorais. Ferramentas como as da OpenAI são treinadas com grandes volumes de imagens retiradas da internet, o que levanta dúvidas sobre a exploração de estilos de artistas sem o devido consentimento. A decisão da empresa pode ser entendida como uma tentativa de evitar conflitos com criadores e estúdios, mas também levanta reflexões importantes sobre o papel da IA no futuro da arte e da criação humana.