Presidente russo propõe supervisão internacional para eleições no país vizinho e diz que Donald Trump busca, sinceramente, o fim do conflito

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que uma possível solução para o fim da guerra na Ucrânia seria a criação de uma administração temporária no país, supervisionada por organizações internacionais, até que novas eleições sejam realizadas. A declaração foi feita durante uma conversa com marinheiros no porto de Murmansk, na madrugada desta sexta-feira (28), pelo horário local noite de quinta-feira (27), no horário de Brasília. A informação foi divulgada pela agência de notícias Reuters com base em fontes da imprensa estatal russa.

Segundo Putin, essa administração transitória poderia ser coordenada por países como os Estados Unidos, membros da União Europeia, a ONU e outros parceiros internacionais. O objetivo, segundo ele, seria garantir eleições democráticas e estabelecer um governo legítimo com quem a Rússia pudesse negociar um tratado de paz. "Isso permitiria realizar eleições democráticas e levar ao poder um governo capaz, que gozasse da confiança do povo", disse. "E, então, iniciar negociações com eles sobre um tratado de paz.

"As declarações reforçam a posição de Putin de que o atual presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, não é um interlocutor legítimo para negociações. Zelensky permanece no cargo mesmo após o fim do seu mandato, em maio de 2024 um ponto constantemente questionado por Moscou.

Putin também comentou que a Rússia é favorável a soluções pacíficas para o conflito, mas “não às nossas custas”. Ele demonstrou confiança no novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo acreditar que o republicano está sinceramente empenhado em pôr fim à guerra. “Na minha opinião, o recém-eleito presidente dos Estados Unidos deseja sinceramente o fim do conflito por uma série de razões”, declarou. Ele ainda afirmou que os esforços de Trump em buscar negociações diretas com Moscou, ao contrário do ex-presidente Joe Biden, indicam uma postura mais aberta ao diálogo.

O presidente russo mencionou ainda a disposição de seu país em cooperar com diversas nações, incluindo a Coreia do Norte, para encerrar o conflito. Fontes ocidentais e ucranianas alegam que mais de 11 mil soldados norte-coreanos foram enviados à região de Kursk, no oeste da Rússia, para reforçar o exército russo. Até o momento, Moscou não confirmou oficialmente essas informações.