Apesar de reafirmar possibilidade de disputar vaga na Câmara dos Deputados, prefeito de LEM encontra cenário adverso por alianças com o PT e concorrência local
As recentes movimentações do prefeito de Luís Eduardo Magalhães, Júnior Marabá (PP), especialmente com a sinalização de apoio ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), têm gerado questionamentos sobre a viabilidade de sua possível candidatura à Câmara dos Deputados. Embora afirme que disputar uma vaga na Câmara Federal é “muito possível”, o projeto pode enfrentar resistências locais e um cenário político desfavorável.
Apesar de ter sido reeleito com ampla margem, Júnior Marabá administra um município com forte predominância do eleitorado conservador e alinhado à oposição ao governo petista. Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu com 54,02% dos votos no primeiro turno e ampliou a vantagem no segundo, alcançando 58,61%. Lula (PT) ficou com 41,43% e 41,39%, respectivamente.
A composição dos candidatos mais votados para deputado federal na cidade também reflete essa tendência. Dos dez nomes com maior votação, oito eram ligados à oposição, sendo três deles eleitos: João Leão (PP), Capitão Alden (PL) e Roberta Roma (PL). Um dos possíveis concorrentes diretos de Marabá por votos no município é Luís Eduardo Magalhães Neto, que também possui base sólida na região.
Em 2022, o único nome ligado ao governo entre os mais votados foi Oziel Oliveira (PSD), ex-prefeito da cidade, que obteve 15.261 votos, cerca de 30% do total para deputado federal. Outro nome da base, Tito (PT), então no Avante, também apareceu entre os dez mais votados.
Na disputa pelo governo estadual, o cenário também foi adverso para o grupo petista. ACM Neto (União) liderou com 41,62% dos votos, seguido por João Roma (PL), com 33,19%. Jerônimo Rodrigues ficou em terceiro, com apenas 24,89%. No segundo turno, a vantagem de ACM Neto cresceu, atingindo 70,40% dos votos.
A resistência à base governista também se confirmou na disputa ao Senado. Dra. Raíssa Soares (PL) foi a mais votada com 44,04%, enquanto Otto Alencar (PSD), que foi reeleito, ficou em segundo com 31,60%. Cacá Leão (PP) recebeu 23,53% dos votos.
Com esse histórico, a possível candidatura de Júnior Marabá esbarra não apenas em um eleitorado que rejeita majoritariamente o PT, mas também em disputas internas e na necessidade de equilibrar apoios políticos com o cenário local. O desafio será construir um discurso que dialogue com a base conservadora da cidade, mesmo com as recentes aproximações com o governo estadual.