A Voepass Linhas Aéreas entrou com um pedido de recuperação judicial na noite de terça-feira (22), após ter todas as suas operações suspensas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Esta é a segunda vez que a companhia de Ribeirão Preto (SP), que já foi a quarta maior do país, recorre à medida na Justiça.
A Voepass Linhas Aéreas entrou com um pedido de recuperação judicial na noite de terça-feira (22), após ter todas as suas operações suspensas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Esta é a segunda vez que a companhia de Ribeirão Preto (SP), que já foi a quarta maior do país, recorre à medida na Justiça.
A crise financeira da empresa se intensificou após o acidente aéreo de agosto de 2024, em Vinhedo (SP), que causou 62 mortes. Além disso, divergências contratuais com a Latam, com quem mantinha um acordo de compartilhamento de voos que representava 93% de seu faturamento, agravaram o quadro. A companhia acumula aproximadamente R$ 400 milhões em dívidas, sem contar passivos em dólares.
Em março, a Anac determinou a suspensão de todos os voos da Voepass, após identificar falhas de segurança e irregularidades operacionais. No mês anterior, a empresa havia anunciado uma reestruturação financeira e obtido suspensão temporária de ações judiciais de credores e da apreensão de aeronaves. Sem a liberação para retomar os voos, a companhia realizou demissões, mas não divulgou o número de funcionários afetados.
De acordo com a petição apresentada à Justiça, cerca de R$ 210 milhões das dívidas correspondem a passivos concursais, ou seja, que serão objeto de negociação no processo de recuperação judicial. Caso o pedido seja aceito, esses passivos serão congelados e um plano será elaborado para atender os credores. Os processos indenizatórios relacionados ao acidente em Vinhedo continuam sob responsabilidade da seguradora.
Em nota, a Voepass declarou que a recuperação judicial é parte de uma estratégia de reestruturação do capital da empresa. "A iniciativa ocorre em um contexto desafiador para o setor aéreo regional, que enfrenta uma redução na oferta de transporte no interior do Brasil, e reflete o compromisso da companhia em preservar sua operação, manter o atendimento aos clientes e honrar compromissos com colaboradores e fornecedores", afirmou a empresa.