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Erika Hilton denuncia transfobia em visto dos EUA e promete acionar ONU contra governo Trump

Deputada federal afirma que foi identificada como homem em novo visto americano e acusa governo dos EUA de desrespeitar documentos brasileiros; participação em conferência é cancelada

A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) denunciou nesta quarta-feira (16) que foi identificada com o gênero masculino em um novo visto emitido pelos Estados Unidos. Segundo ela, a decisão desrespeita seus documentos civis brasileiros e representa um claro caso de transfobia institucional por parte do governo americano. Em resposta, a parlamentar afirmou que acionará a Organização das Nações Unidas (ONU) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

Erika relatou que já havia tido um visto anterior emitido em 2023, durante a gestão de Joe Biden, no qual sua identidade de gênero foi respeitada, constando como feminina. No entanto, como o visto perdeu a validade antes da realização da Brazil Conference 2025, ela precisou solicitar uma nova emissão, desta vez sob a administração de Donald Trump. Ao receber o novo documento, foi surpreendida com a designação de gênero masculino.

“É mais do que um constrangimento. É uma violência, um desrespeito, uma violação de um documento oficial brasileiro. É a expressão mais perversa do que é a transfobia de Estado”, declarou a deputada. Diante da situação, ela desistiu de participar da conferência em Harvard, onde cumpriria agenda oficial em nome da Câmara dos Deputados.

Erika Hilton é uma das duas primeiras deputadas transexuais eleitas para o Congresso Nacional, ao lado de Duda Salabert (PDT-MG). Ela criticou duramente a postura do governo norte-americano, afirmando que o episódio é reflexo direto do discurso de ódio promovido por Donald Trump contra a população trans. “É absurdo que o preconceito e a intolerância de um presidente impactem até mesmo missões diplomáticas oficiais. Isso fere princípios internacionais de respeito à identidade de gênero e à soberania dos documentos civis brasileiros.”

Desde o início do novo mandato de Trump, os Estados Unidos vêm revertendo diversas políticas de inclusão e diversidade implementadas durante a administração anterior. O republicano já assinou ordens executivas que desmontam programas de diversidade, proíbem pessoas trans de servirem nas Forças Armadas e bloqueiam procedimentos de redesignação de gênero para menores. O Departamento de Estado também suspendeu a emissão de passaportes com o marcador de gênero “X”, restringindo os registros apenas aos gêneros masculino ou feminino.

A assessoria de Erika informou que as medidas legais internacionais já estão em andamento. A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil e a Câmara dos Deputados foram procuradas para comentar o caso, mas ainda não se manifestaram.

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