Governador afirma que não vê ameaça política e aposta no diálogo com deputados estaduais e federais para manter base aliada.
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), adotou um tom de cautela ao comentar a possível federação entre o União Brasil e o Progressistas (PP). Durante evento de entrega de equipamentos para municípios do semiárido baiano, nesta segunda-feira (28), Jerônimo afastou a ideia de que a articulação represente uma ameaça ao seu governo, mesmo com a aproximação de integrantes desses partidos.
"Aqui na Bahia, a nossa expectativa era que o PP se aproximasse. O PP tem sete deputados estaduais. Eu vou trabalhar para que seja um partido da nossa base. Se algum deputado decidir seguir outro caminho, trataremos politicamente, sem ameaças ou chantagens. O convite foi feito a todos", declarou.
Jerônimo ressaltou que mantém um bom diálogo com deputados federais ligados às duas siglas, como Cláudio Cajado e Mário Negromonte Júnior. “Tenho maturidade para aguardar o que vai acontecer. Pedi apenas para que amadurecêssemos essa conversa, porque não quero prejuízo e não sou de jogar contra. Mário tem me ajudado até aqui, e Cajado também tem sido parceiro”, afirmou.
A possível federação entre PP e União Brasil vem causando movimentação nos bastidores da política baiana. Para evitar a saída de parlamentares insatisfeitos, o Progressistas articula a liberação para que seus deputados votem livremente nas eleições de 2026, uma forma de driblar o controle do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, líder do União Brasil no estado e adversário político de Jerônimo.
O governador ainda manifestou desejo de ampliar o diálogo, inclusive com o União Brasil: "Se sentarem comigo, eu vou dialogar. Eu até esperava que o próprio União Brasil estivesse conversando com o presidente Lula. Se isso acontecesse, dialogaria comigo também. Espero que, nos próximos dias, a gente avance nas conversas com os partidos", concluiu.