Senador do PT afirma que investigações sobre os atos golpistas seguem dentro da legalidade e critica tentativa de anistia aos envolvidos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
O senador Jaques Wagner (PT-BA) afirmou, em entrevista à Rádio Mix Salvador, que não há perseguição política contra os presos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. Para ele, as investigações seguem os trâmites legais e não devem ser comparadas ao que ocorreu durante a Operação Lava Jato.
“Não dá pra dizer que tudo é perseguição política. Quem tem culpa no cartório precisa ter o direito de defesa, e a polícia tem o dever de investigar. Depois, se a Justiça entender que há culpa, deve aplicar a punição cabível”, disse o senador.
Ele também defendeu uma atuação rigorosa, porém legal, por parte dos órgãos responsáveis. “Espero que a Polícia Federal, o Ministério Público e o Judiciário atuem dentro da lei. Diferente do que aconteceu na época da Lava Jato, que virou uma mera perseguição política”, completou.
Wagner voltou a se posicionar contra o projeto que propõe anistiar os envolvidos nos atos antidemocráticos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Apesar disso, afirmou que não deseja a condenação de Bolsonaro por questões pessoais.
“Não estou na torcida pela condenação ou absolvição dele. O que eu defendo é um julgamento justo. Aquilo que vimos em Brasília, sete dias após a posse do presidente Lula, foi uma baderna organizada, financiada e incentivada por pessoas com muito poder”, declarou.
Para o senador, discutir anistia só faria sentido se houvesse motivação política nas punições. “Na minha opinião, não deve haver anistia. Tem que haver julgamento justo. Se houvesse perseguição política, aí caberia discutir anistia. Mas não vejo perseguição nenhuma. O que aconteceu foi um verdadeiro terror.”