Com receio de perder espaço em redutos bolsonaristas, partido antecipa articulações e pode lançar ministros como candidatos para barrar domínio oposicionista.
O PT já iniciou as articulações para as eleições de 2026 com um foco estratégico: evitar que a direita conquiste as duas vagas ao Senado nos estados do Sul e Centro-Oeste. Nessas regiões, onde o bolsonarismo mantém forte presença, o partido teme uma derrota expressiva que comprometa a governabilidade do próximo mandato presidencial.
Sete estados dessas duas regiões terão duas cadeiras em disputa no Senado cenário que acende o alerta no núcleo político do governo. Para evitar um avanço conservador, alianças com siglas de centro-direita estão sendo consideradas, numa tentativa de montar chapas competitivas e mais amplas.
A preocupação do PT com o Senado tem justificativa. A Casa foi decisiva, nos últimos anos, para conter pautas que ameaçavam o Executivo e garantir votações sensíveis. É também no Senado que passam as indicações do presidente da República para cargos estratégicos, como ministros de tribunais superiores, diretores de agências reguladoras e embaixadores.
Além disso, cabe aos senadores julgar pedidos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o que reforça a importância de uma base sólida na Casa. Para compor candidaturas viáveis, o partido não descarta convocar ministros do atual governo para disputar as eleições, especialmente em estados considerados desafiadores.