Relatora da comissão, senadora quer ampliar prazo de funcionamento além dos 45 dias autorizados por Alcolumbre; depoimentos de influenciadores dão novo impulso às investigações
A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as empresas de apostas online, avalia acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir a prorrogação do funcionamento do colegiado. A medida será considerada caso o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), não leia o requerimento com 29 assinaturas duas a mais que o mínimo necessário para viabilizar a extensão.
Apesar do pedido formal da senadora, Alcolumbre autorizou no dia 30 de abril apenas uma prorrogação de 45 dias, rejeitando o prazo maior de 130 dias pretendido por Thronicke. Antes de recorrer ao STF, a parlamentar ainda pretende insistir em negociações com o presidente do Senado, que até o momento não sinalizou disposição para ampliar novamente o período de funcionamento da comissão.
Recorrer ao STF para garantir o andamento de CPIs não seria algo inédito. Em julho de 2021, os senadores Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Jorge Kajuru (Podemos-GO) recorreram ao Supremo pela prorrogação da CPI da Pandemia. A Corte chegou a analisar o pedido, mas a ação perdeu o objeto após o então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidir dar continuidade à comissão. Na época, a CPI só foi instalada graças a uma liminar do ministro Luís Roberto Barroso, posteriormente referendada pelo plenário do STF.
Enquanto tenta ampliar o prazo de funcionamento da comissão, Soraya acredita que os recentes depoimentos de influenciadores digitais ajudam a manter a CPI em evidência. “As oitivas estão dando um novo fôlego aos trabalhos”, afirmou ao portal JOTA. Nesta semana, foram ouvidos os influenciadores Luiz Ricardo Melquiades, na quarta-feira (14), e Virgínia Fonseca, na terça-feira (13).